Cresce 20,8% o número de cursos de mestrados e doutorados no Brasil

De 2007 para cá, total de cursos avaliados pela Capes passou de 3.394 para 4.099. Desse total, 85 cursos (2,1%) não alcançaram a nota mínima na avaliação trienal e poderão ser descredenciados

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou na manhã desta terça-feira (14/9) os resultados da avaliação da pós-graduação stricto sensu, que é que é realizada a cada três anos, com atribuição de notas.

De acordo com os dados, o número de cursos de mestrados e doutorados avaliados no Brasil, comparando-se os anos de 2007 para 2010, cresceu 20,8%.

Neste ano, 877 consultores avaliaram 2.718 programas, que correspondem a 4.099 cursos, dos quais 2.436 são mestrados acadêmicos, 1.420 doutorados e 243 mestrados profissionais. Em 2007, foram avaliados 2.256 programas, 3.394 cursos: 2.061 mestrados acadêmicos, 1.177 doutorados e 156 mestrados profissionais.

A região Norte aparece com maior crescimento de cursos avaliados em relação ao ano de 2007, com 35,3%. Em seguida, as regiões Nordeste, 31,3%; Centro-Oeste, 29,8%; Sul, 24,2% e, por último, a região Sudeste com 14,9%.

O Sudeste ainda é a região com maior número de cursos, 2.190, representando 53,4% do total de cursos. O Sul representa 19,8%, com 810 cursos; Nordeste, 16,4%, 672; Centro-Oeste, 6,6%, 270 e a região Norte com 157 cursos, 3,8%.

Notas

Na avaliação da Capes, os programas recebem notas na seguinte escala: 1 e 2 que descredenciam o programa; 3 que significa desempenho regular, atendendo ao padrão mínimo de qualidade; 4 que é considerado um programa com bom desempenho; e 5 que é a nota atribuída ao programa que atinge muito bom nível. As notas 6 e 7 indicam desempenho equivalente ao alto padrão internacional.

Os resultados apontam que do total avaliado, 85 cursos (2,1%) não alcançaram a nota mínima e poderão ser descredenciados.

As instituições de ensino com programas considerados “fracos” ou com “desempenho abaixo do padrão” – notas 1 e 2 em uma escala de 1 a 7 – terão 30 dias a partir desta quarta-feira para apresentar pedidos de reconsideração dos resultados. “Não vamos divulgar os nomes dos cursos com avaliação 1 e 2, justamente porque eles ainda podem recorrer do resultado”, explicou o presidente da Capes, Jorge Guimarães, segundo informações do portal G1.

Na avaliação deste ano, 112 programas receberam nota 7 e 186, nota 6. O Sudeste é a região com maior número de programas com notas 7 e 6, 95 e 139, respectivamente. Em seguida o Sul, com 15 notas 7 e 31 programas notas 6. A maior concentração de notas 7 e 6 nas regiões com maior tradição acadêmica, Sudeste e Sul, se dá pelo amadurecimento dos programas. As regiões Norte e Nordeste, que tiveram o maior aumento de programas nos últimos três anos, ainda estão no processo natural de consolidação.

Na comparação de notas da Avaliação Trienal 2010 com as notas anteriores, 69% dos cursos mantiveram suas notas; 20% aumentaram; e 11% tiveram notas reduzidas.

O Ministério da Educação, por meio do Conselho Nacional de Educação, reconhece os resultados da Avaliação Trienal da Capes. É importante ressaltar que os cursos que não possuem a recomendação da Capes, não são autorizados pelo MEC e, por este motivo, não podem conceder certificados válidos de mestre e doutor.

Os resultados da avaliação fornecerão subsídios para a definição de planos e programas governamentais de desenvolvimento e investimentos no Sistema Nacional de Pós-Graduação.

Sudeste é a região com maior número de cursos

Na avaliação de 2010, foram avaliados 2.190 cursos na região Sudeste, representando 53,4% do total de cursos.

São Paulo tem a maior concentração de cursos, 1.184, dos quais 631 são mestrados, 494 doutorados e 59 mestrados profissionais. Em seguida, Rio de Janeiro, com 547 cursos, 289 mestrados, 205 doutorados e 53 mestrados profissionais. O estado de Minas Gerais tem 405 cursos, 250 mestrados, 135 doutorados e 20 mestrados profissionais e por último, Espírito Santo, com 54 cursos, 41 mestrados, 10 doutorados e 3 mestrados profissionais.

Em relação à última avaliação, de 2007, o estado do Espírito Santo apresentou o maior crescimento, 68,8%. Em 2007, o estado tinha 32 cursos, 26 mestrados, 5 doutorados e 1 mestrado profissional. Saldo este positivo já que a pós-graduação da unidade federativa é, ainda, a menos consolidada do Sudeste. São Paulo foi o que apresentou menor crescimento, 9,7%.

Em relação às notas, do total de 594 cursos que tiveram notas 7 e 6, o Sudeste é a região com maior número, 467, dos quais 190 cursos com nota 7 e 277, com nota 6. Cerca de 60% dos cursos da região tiveram notas 4 e 5; 16,7% dos cursos tiveram nota 3 e apenas 2,4% (52 cursos) dos cursos foram descredenciados pela Capes (notas 1 e 2).

Sul mantém 98,8% dos cursos em funcionamento

Na avaliação trienal, apenas 1,2% dos cursos da região Sul receberam nota abaixo de 3, nota mínima para a recomendação. É a região com a menor porcentagem de cursos descredenciados.

O Sul é ainda a segunda maior região em quantidade de cursos, 810 dos 4.099, ficando atrás apenas do Sudeste. São 494 cursos de mestrado acadêmico, 48 de mestrado profissional e 268 de doutorado, que representam 19,8% do total do país. Também é a segunda maior porcentagem de cursos de excelência. Dos 810 cursos, 91 receberam notas 6 ou 7.

De 2007 para 2010, a região Sul teve um crescimento de 24,2% na quantidade de cursos. Nestes três anos 158 novos cursos entraram em funcionamento, sendo 60 no Paraná, 56 no Rio Grande do Sul e 42 em  Santa Catarina. Em 2010, foram avaliados 259 cursos no Paraná, 390 no Rio Grande do Sul e 161 em Santa Catarina.

No Nordeste, pós em dois estados cresce mais que 100%

Os resultados da Avaliação Trienal 2010 indicam que dois estados do Nordeste tiveram crescimento maior ou igual a 100% na pós-graduação. Sergipe mais que duplicou seu número de cursos, saltando de 13 para 27 cursos, crescimento equivalente a 107,7%. Outro estado que dobrou o número de cursos nesses últimos três anos foi o Piauí, que passou de 10 para 20 cursos.

A região Nordeste teve no total um crescimento na pós-graduação de 31,3% desde a última avaliação trienal em 2007. Pernambuco é o estado do Nordeste com maior quantidade de cursos. São 165 ao todo. A Bahia vem em seguida, com 153 cursos.

O Nordeste já conta com uma participação de 16,4% no total da pós-graduação brasileira e assim se aproxima da Região Sul, a segunda com maior número de cursos, com 19,8%. Hoje, são 672 cursos de mestrado, doutorado e mestrado profissional, distribuídos pelos nove estados que compõem a região.

O maior percentual de notas 4 do país também se encontra na região Nordeste. São 298 cursos com essa nota, o equivalente a pouco mais de 44% do total na região. Apenas nove cursos (1,3%) não obtiveram a nota mínima.

Pós de Mato Grosso é a que mais cresce no Centro-Oeste

No Centro-Oeste do Brasil a unidade federativa que mais cresceu na avaliação de 2010, em comparação com a de 2007, foi o Mato Grosso, com 52,9%. Em segundo lugar está o Mato Grosso do Sul, com 46,2%, seguido de Goiás, 36,5% e do Distrito Federal, 19,5%.

O Distrito Federal, embora pequeno em área e o que menos cresceu no período, tem grande representatividade em relação ao número de cursos de pós-graduação stricto sensu na região. Em 2010, de um total de 270 cursos avaliados na região, 135 são do DF. Os 135 restantes estão distribuídos pelos estados de Goiás (71), Mato Grosso (26) e Mato Grosso do Sul (38).

Os 270 cursos representam 6,6% do total brasileiro – 4.099. Destes, 62 foram implantados de 2007 a 2010, registrando um crescimento de 29,8% na região. São dez os cursos na região que são considerados de excelência, ou seja, receberam notas 6 ou 7. Apenas sete cursos (2,6%) receberam nota abaixo de 3, mínima exigida para ser reconhecido.

Pós-graduação na Região Norte cresce mais de 35%

A maior região do Brasil foi também a que teve maior crescimento na pós-graduação nos últimos três anos. A região Norte saltou de 116 cursos em 2007, para 157 em 2010. O crescimento equivale a 35,3%, superior à média nacional de 20,8%.

O maior crescimento de um estado em todo o país está na região Norte. O Tocantins teve um aumento de 166,7% passando de três cursos em 2007, para oito em 2010.

O estado de Amazonas passou de 42 cursos na última avaliação, em 2007, para 60 em 2010, um crescimento da ordem de 42,9%. O Pará, por sua vez, é o estado na região que mais possui cursos de pós-graduação, com 69 cursos, entre mestrado, doutorado e mestrado profissional.

Esse crescimento possui uma importância significativa, já que a pós-graduação está começando na região Norte e conta apenas com 3,8% do total de cursos do país. A região possui 79 cursos com nota 3, 69 cursos com notas 4 e 5, dois cursos com nota 6 e nenhum com nota 7. Isso se explica pelo fato de a pós-graduação na região ainda encontrar-se em processo de consolidação.

Em Rondônia, por exemplo, o primeiro doutorado foi concluído há apenas dois anos, com a apresentação de uma pesquisa reconhecida internacionalmente sobre o controle epidêmico da malária na região amazônica. Já os estados do Acre e Roraima ainda não contam com nenhum curso de doutorado. Do total de 157 cursos, sete cursos de toda região tiveram notas abaixo da nota mínima.

Informações da Assessoria de Comunicação da Capes e do Portal G1

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