“Então preste atenção Curumim nas coisas que eu vou te contar… a história não é comum. Vou te narrar um grande fato, o fogo de 51.”
Era ano de 1949. Ao ver sua aldeia ameaçada pela invasão de grileiros, um capitão pataxó viaja até o Rio de Janeiro para pedir ajuda ao Serviço de Proteção ao Índio (SPI) contra a tomada das terras indígenas. Passados dois anos, nenhuma providência ainda havia sido tomada. Após nova viagem à capital carioca, o líder retorna a Barra Velha, extremo sul da Bahia, com a promessa de receber em breve a visita dos representantes. Mas os dois supostos funcionários não desembarcam com a intenção de ajudar os Pataxós, acabam na verdade, por liderar um assalto na cidade vizinha de Corumbau, e de lambuja dão à polícia o pretexto perfeito para legitimar uma ação bárbara na região.
O Fogo de 51 como ficou conhecido o massacre à Aldeia Pataxó de Barra Velha, resultou em uma violenta repressão aos moradores. O episódio causou três mortes, a prisão de 38 indígenas, incluindo a de seu capitão, e um covarde incêndio às casas da Aldeia, provocando a dispersão da população pataxó.
E essa história agora é filme, contada pelo cineasta e artista afro-indígena Itamar dos Anjos Silva, em sua nova produção “51: O fogo que não se apagou”. Em 24 minutos, Itamar nos traz com extrema sensibilidade e poesia, um relato histórico de luta e resistência do povo indígena, a partir do triste fato envolvendo os Pataxós da Aldeia de Barra Velha, na Bahia.
Assista o filme abaixo:
O filme “51: O fogo que não se apagou” foi produzido por Avenida Filmes, Movimento Cultural Arte Manha e Palhoça Produções.