Projetos investigativos

PROJETO PROSUL 2008 (VIGÊNCIA 2009-2011)

GRUPO DE PESQUISA PROCESSOCOM/UNISINOS (CNPq/CAPES)

Projeto que deu origem à Rede Temática: Comunicação, cidadania, educação e integração na América Latina.

 

Coordenadores: Prof. Dr. Alberto Efendy Maldonado Gómez de la Torre

Profa. Dra. Jiani Adriana Bonin

Pesquisadora: Profa. Dra. Nisia Martins do Rosário

 

Instituições participantes: UNISINOS (Brasil)

Universidad Nacional de Córdoba (Argentina)

Universidad Nacional Experimental Simon Rodríguez (Venezuela)

Universidade Federal da Paraíba (Brasil)

Universidad Central del Ecuador (Ecuador)

IELUSC (Brasil).

 

Coordenador Geral do projeto: Prof. Dr. Alberto Efendy Maldonado Gómez de la Torre.

Coordenadora Argentina: Profa. Dra. María Cristina Mata.

Coordenador Venezuela: Prof. Dr. Adrián Padilla.

Coordenador Equador: Prof. Ms. Alberto Pereira Valarezo.

Coordenadora Paraíba: Profa. Dra. Virgínia Sá Barreto.

Coordenador Santa Catarina: Prof. Dr. Juciano de Sousa Lacerda.

 

O projeto de construção da Rede AMLAT tem como antecedente o trabalho de cooperação acadêmica fomentado pelo grupo de pesquisa PROCESSOCOM no contexto do PPGCC-UNISINOS. Desde o ano 2000 o professor Maldonado assumiu responsabilidades de construção das relações internacionais do PPGCC; como resultado desse trabalho o Programa recebeu em caráter de visitantes a um conjunto de professores pesquisadores de referência do Canadá, Espanha, Argentina, França, Uruguai, México, Venezuela e EUA que contribuíram à obtenção da nota 5 -CAPES, a mais alta da subárea de Comunicação até 2010, e que tem contribuído para manter o PPGCC-UNISINOS nos primeiros lugares de avaliação na década.

As exigências de continuidade e aperfeiçoamento do trabalho de internacionalização levaram-nos a desenhar um projeto de cooperação sistemático em pesquisa entre 2004-2008 (CAPES-MECD) com o MIGRACOM da Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha e o grupo de pesquisa “Produção e Recepção Midiáticas na Perspectiva do Multiculturalismo” da UNISINOS. A experiência de realização de um projeto comum de pesquisa, que nos permitiu entrar, aprender, refletir e reformular estratégias, táticas, concepções e relações de vida acadêmica fecunda e contraditória, tornou possível alcançar resultados interessantes que, de todos os modos, nos desafiavam para outros aperfeiçoamentos.

Em sintonia com nossas pretensões é publicado o Edital PROSUL/CNPq 2008 que exigia a participação de um maior número de países e universidades na estruturação de um projeto de cooperação comum. Pensamos no grupo de pesquisa PROCESSOCOM que era o momento adequado para articular esforços, na perspectiva de trabalho em rede, com os núcleos, centros, grupos e faculdades que tinham uma história construtiva de colaboração conosco. A resposta dos colegas foi positiva e definimos a participação do Centro de Estudos Avançados (CEA-UNC) Argentina; Centro de Experimentação para a Aprendizagem Permanente (CEPAP-UNESR), Venezuela; a Faculdade de Comunicação Social (FACSO-Q-UCE) Equador; o Núcleo de Estudos da Comunicação (NECOM/IELUSC/UFSC); o Departamento de Comunicação e Turismo (DECOMTUR-UFPB, vinculando assim, no início, a sete universidades do Brasil e da América Latina. A transferência do professor Juciano Lacerda (coordenador até 2009 do NECOM/IELUSC) para a UFRN e a constituição nessa universidade do Grupo de Pesquisa PRAGMA (credenciado no CNPq), vinculado ao PPGEM, ampliou e fortaleceu nosso trabalho.

Entre 2009 e 2012 configurou-se de modo processual uma cultura acadêmica de cooperação solidária, promovida pelo grupo de pesquisa PROCESSOCOM, cultuada também em alguns dos coletivos filiados à Rede AMLAT, porém pouco comum nas realidades de produtividade competitiva da contemporaneidade acadêmica. Essa cultura foi um fator importante para construir nexos de colaboração que vão muito além das responsabilidades administrativas, e explica a ampliação dos resultados esperados em produtos e processos, como também a participação comprometida, rigorosa e fecunda de um número significativo de pesquisadores, professores e estudantes que colaboraram de maneira decisiva para o sucesso de nosso trabalho. Esse resultado fortalece a Rede AMLAT em perspectiva de futuro, de modo construtivo e frutífero.

ARTICULAÇÃO DE CULTURAS ACADÊMICAS E CIENTÍFICAS DISTINTAS

O projeto permitiu ampliar e qualificar nossos conhecimentos (entre países e instituições) sobre a diversidade acadêmica; se sabia sobre as carências e qualidades dos nossos trabalhos; entretanto o processo de estruturação da Rede tornou o conhecimento mais apurado, detalhado e profundo. Não só o conhecimento gerado ao interior dos grupos participantes, principalmente as manifestações e configurações de modelos, matrizes, culturas e comportamentos acadêmicos que condicionam a realidade educativo-comunicativa em múltiplos pontos do continente.

As pesquisadoras e pesquisadores integrantes da Rede AMLAT nos seus encontros, debates, reflexões e cursos foram situando a necessidade da formulação de estratégias que trabalhem, em todo processo de cooperação, o reconhecimento das alteridades acadêmicas, como ponto básico de aperfeiçoamento e fortalecimento dos nexos entre os pesquisadores e as instituições. Constatou-se que ainda a matriz universalista, eurocêntrica ocidental, se manifesta com força em várias de nossas expressões e desenhos; atravessando sutilmente as práticas e as concepções dos afazeres acadêmicos, condicionando assim as possibilidades e limites do trabalho de investigação. Simultaneamente, verificou-se que precisamos ampliar e vitalizar uma reflexão epistemológica sistemática sobre as premissas, os componentes, os paradigmas, as culturas, os filosofemas, os desenhos, as metodologias e as políticas acadêmicas vigentes, como premissa indispensável para a necessária transformação educativa e científica que demanda América Latina. É desafiador para os processos de produção de pesquisas, como também para a qualificação dos campos acadêmicos na região, confrontar a logocentrismo e o etnocentrismo hegemônicos, que fomentam as exclusões de referentes, realidades e epistemologias como um comportamento cômodo, funcional, produtivista e de resultados eficientes, que simultaneamente mantém o neo-colonialismo intelectual e o atraso educativo como realidades que obstaculizam o fortalecimento latino-americano.

A Rede AMLAT fez possível, também, reafirmar a necessidade imprescindível, urgente, e política de trabalhar sistematicamente pela construção de um campo científico latino-americano forte. Na atualidade, o que existe dele está centrado em poucos centros de excelência; não influi e/ou atravessa a maioria do ensino universitário; se expressa de maneira reduzida no conjunto dos currículos; ainda precisa de muito trabalho de estruturação, reformulação de orientações e de condições básicas de funcionamento, como parte crucial, basilar de sociedades livres e avançadas. Para chegar nesse objetivo estratégico a promoção, apoio e acompanhamento do formato redes é um componente produtivo, gerador de articulações de meio e longo prazo, a favor da transformação das atuais limitações. A Rede AMLAT, por exemplo, colocou na agenda de várias instituições, e nas práticas de trabalho e reflexão, essa necessidade [campo científico forte e cidadania científica inventiva] incluindo-a nos trabalhos e debates institucionais. Se bem, ainda, num estágio de desestabilização inicial, apresentou-se com força nas comunidades acadêmicas participantes, em uma perspectiva de contribuição aos processos de transformação sociocultural e educativa que requerem nossas sociedades.

A experiência da Rede AMLAT mostra que as diferenças, distinções e alteridades podem ser trabalhadas em uma linha renovadora, mostrando às diversas instituições outras formas de agir e resolver os problemas. Cabe, nesse sentido, salientar o papel pedagógico e suscitador do compartilhamento de pesquisas em andamento, como também finalizadas, entre os vários grupos, que foi constituindo-se num fator de conhecimento valioso.

ATIVIDADES ACADÊMICO CIENTÍFICAS

1. Encontros metodológicos

Os grupos de investigação participantes do projeto PROSUL Comunicação, cidadania, educação e integração na América Latina realizarão Encontros de Reflexão Metodológica e Definição de Estratégias de Investigação compartilhadas tanto presenciais quanto digitais. A proposta prevê um encontro presencial por semestre, rotativo, na seguinte ordem: 1° Caracas (Venezuela); 2° Quito (Equador); 3° João Pessoa (Brasil); 4° Córdoba (Argentina); 5° Porto Alegre (Brasil) e 6° Joinville (Brasil). Cada evento terá quatro dias de atividade (40 horas) e aproveitará as instalações e recursos das universidades conveniadas. A programação prevê ainda a realização de um Encontro Metodológico a distância por ano, completando, desse modo, três eventos cada 12 meses.
Objetivo operativo: Produzir roteiros metodológicos de orientação para os grupos. Realizar exercícios de experimentação teórica, no sentido de aprofundar aspectos de construção de uma concepção comunicacional latino-americana para a integração.
2. Seminários Avançados

Os seminários avançados em pesquisa estratégica latino-americana em comunicação serão realizados simultaneamente aos períodos dos Encontros, nas instituições/países nos quais os eventos sejam organizados. Os seminários terão um caráter acadêmico formal, serão incluídos na grade de programação acadêmica das universidades nas quais acontecerão. O objetivo científico/acadêmico dos mesmos é aperfeiçoar as várias comunidades/instituições participantes no projeto PROSUL Comunicação, cidadania, educação e integração na América Latina, nesta atividade consideramos que tanto os PPGs consolidados quanto os que estão iniciando a sua estruturação vão ganhar com a cooperação construtiva. Os pesquisadores/professores aproveitarão estes seminários para socializar o trabalho de investigação e produção teórica que têm construído, compartilhando de maneira crítica, aberta e produtiva os conhecimentos produzidos.
3. Tele-encontros e Teleconferências

O projeto aproveitará as atuais condições de informação e comunicação digital para realizar parte das suas atividades. Está programado um tele-encontro da Rede Comunicação, cidadania, educação e integração na América Latina por ano e se organizará também com essa periodicidade um Ciclo de conferências sobre metodologias transformadoras anual; este evento poderá acontecer simultaneamente aos encontros presenciais, ou em caso de apresentar-se condições favoráveis poderá acontecer em período distinto e ser transmitido via Internet.
4. Cursos intensivos

Os cursos intensivos estão pensados em termos de intercâmbio docente, permitindo a imersão de professores dos outros PPGs ou instituições na vida científica/acadêmica dos cursos em períodos distintos aos dos Encontros Gerais, deverão estar incluídos na programação acadêmica semestral dos parceiros e buscarão aprofundar a experiência cooperativa dos pesquisadores/professores mediante participação concreta na lógica, cultura e estilo de trabalho das outras instituições. Este exercício permitirá produzir um olhar mais acurado das alteridades institucionais, buscando aprender e ensinar na perspectiva da construção de uma cultura científico/acadêmica latino-americana.
5. Intercâmbio e cooperação estudantil

A formação de novas gerações de pesquisadores (profissionais), educando-os numa visão cooperativa de integração latino-americana é um dos objetivos importantes do PROSUL Comunicação, cidadania, educação e integração na América Latina. Nessa perspectiva, se promoverá a participação sistemática, programada e oficializada dos discentes das instituições participantes nas atividades do projeto, facilitando o trabalho de obtenção de bolsas de intercâmbio, assinatura de convênios e imersão dos estudantes na vida científico/acadêmica das universidades.

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